Ultimamente tenho-me debatido com o verdadeiro valor da palavra "amo-te".
Será que vale a pena correr mundo para a encontrar ? Será que vale a pena desprezar uns "gosto muito de ti" em detrimento de um "amo-te" que poderá demorar séculos a aparecer? Será que uma relação baseada no conforto de um "gostar" é menos válida que uma baseada na loucura de um "amar"?
Enfim, por mais voltas que dê, acabo por me deixar andar no domínio do "gostar". Apesar de, a longo prazo, ser um tanto insatisfatório, é um domínio calmo, confortável e extremamente verdadeiro. Aqui não há ilusões, não há mentiras, não há brigas, nem ciúmes . Apenas se vive o momento, gozando cada dia que passa como se fosse o último. Não há o peso da responsabilidade de amar e ser amado...
É no entanto confuso viver assim... é como se já tivéssemos vivido num casarão junto ao mar e depois passarmos para um apartamento de onde se vê (ao longe) o mar. Por mais confortável que seja o apartamento vamos sempre ter saudades da imensidão do casarão.
Mas mesmo assim não sou infeliz neste "apartamento"... muito pelo contrário!
Acho que o importante mesmo é pensar que um dia voltarei ao "casarão"... e, quem sabe, desta vez para ficar... e lá, relembrar com um sorriso o conforto e a felicidade que me deu o "apartamento".